Se a arte, tal como a entendemos atualmente, é uma das expressões mais antigas da cultura humana, os desenhos mágicos dos homens pré-históricos nos impressionam ainda hoje por sua beleza; e as obras de artes são talvez, como testemunho mais acessível da unidade profunda, de todas as civilizações humanas, através de sua flagrante diversidade.
A palavra ARTE adqueriu seu significado preciso e atual lentamente. Somente a partir do século XVII, as belas - artes se diferenciam das técnicas vulgares; as belas - artes opõem, daí por diante, as técnicas utilitárias. Nesse ponto, ciência e arte se aproximam. A ciência visa o verdadeiro, a arte o belo, sem qualquer preocupação diretamente utilitária.
Ressalta-se o desinteresse comum à arte e à ciência, pois, é por isso que as atividades são tipicamente humanas. O animal somente conhece obstáculos práticos, e ignora os problemas teóricos. Sendo assim, o animal preocupa-se não com o belo, mas com o útil. Como é somente pelo o homem que o objeto pode ser despojado de suas características utilitárias, “É evidente que a ótica tem por objeto a luz, independente do que ilumina. O olho tem por objeto a visão, independente do que ver e a acústica o som, independente do que representa.” Do mesmo modo para o artista, as qualidades sensíveis deixam de “representar” algum objeto útil ou perigoso para a ação: Para o artista as qualidades sensíveis simplesmente se “apresentam”.
Arte e ciência, revela-nos um mundo sob as aparências? A ciência busca a estrutura inteligível situada, além das aparências fugidias, justamente para fixar o que nelas merece ser eternizado, para revelar suas secretas harmonias, despercebidas ao olhar profano, ou em outra ótica, a arte é a ciência que condensa algumas aparências muito aparentemente diversas e reconduz “ao invisível simples do visível complexo” é por isso uma obra de arte.
Contudo, quando contemplamos o belíssimo quadro de Van Gogh, as Oliveiras de Saint-rémy, nossa atitude não é a mesma que teríamos diante de um verdadeiro campo de oliveiras, estas ultimas nos incitariam à colheita ou talvez ou talvez ao descanso sob suas sobras. O campo de oliveira real estaria diante de nós como simples meio para nossos desejos. Todavia, no caso do quadro, somos nós que estamos diante das oliveiras de Van Gogh.

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